terça-feira, 23 de outubro de 2012

É por isso que não vou ao teatro


Mentira. Eu até vou, mas muito pouco. E sempre que vou, me aborreço.

No último fim de semana fiz mais uma tentativa. Como sempre, acho caro. Não tenho carteirinha picareta de meia entrada e sei que teatros e casas de show jogam o preço lá no alto, prevendo que 80% da bilheteria serão de idosos e "estudantes". Eu faço parte dos 20% punidos e taxados por serem honestos. Odeio essa lei da carteirinha de estudante e o uso político que é feito dela

Ok, raiva. Mas eu queria ver a peça. Muitos elogios, atores promissores, músicas lindas, tema fascinante, cenas lacrimejantes... E a lista cresceu a ponto de me fazer ligar para o teatro. "Não, não dá para comprar na hora". E não fazem reserva... E pela internet tem 40% em cima do preço... E a bilheteria só abre às 14h (quando há muito já estou no trabalho, longe dali). Cacete. É sempre assim!

Corri na volta do trabalho para pegar a bilheteria ainda aberta ornada por uma vendedora carrancuda: "pagamento só em dinheiro". Cartão de débito então? "Só em dinheiro". Até os ambulantes da feira hippie aceitam cartão de crédito e débito, mas os teatros do Rio de Janeiro, não.

Ok, quase desisto, mas já vim até aqui, vamos encarar. Desce 3 andares, saca dinheiro, volta, paga, pega, vai pra casa emburrada e no dia do espetáculo ainda pensa em desistir para ver a novela.

Mas eu fui. E antes de a peça começar, um aviso gravado agradecia aos patrocinadores e pedia ao público: "se você comprou balinha, abra o pacote antes do espetáculo começar". Pára tudo! Fiz esse esforço danado e ainda tenho que escutar desaforo? Se os ouvidos dos atores são sensíveis aos acordes do celofane amassado, por que vendem porcaria de bala na bombonière do teatro!?

Ameeeeei a peça, mas, de novo, tô jurando que não vou mais ao teatro.

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