Esse livro sempre me fez pensar sobre entrega e sobre
limites. Em alguns momentos da vida somos meninos que tudo querem e em outros,
árvores que entregam tudo o que têm a meninos gulosos, mesmo que em prejuízo
próprio.
O livro foi reeditado há poucos anos. E comprei um novo
exemplar bem animada para ler para minha sobrinha. Ela não gostou. "Tia,
porque a árvore deu tudo para o menino e não ficou com nada para ela!? Tá
errado isso. E ele não pensou nela? E ele cortou a árvore?", se indignou.
Outros anos se passaram e esta semana li o livro para meu
filho, 4 anos. A reação também não foi boa. "Mãe, esse livro é triste e
cortar árvore é ruim para o planeta. Não quero mais ler essa história",
resolveu.
A leitura é outra. Do mesmo livro, das mesmas palavras,
ilustradas com os mesmos desenhos, mas num mundo muito diferente.
Tia Vera me ensinou mais do que palavras. Me deu suas
maças, seus galhos em que me balancei e seu tronco que virou barco para que eu
pudesse navegar. E agora aprendo o que não se ensinava a uma menina em 1977:
não cortar árvores e estabelecer limites menos elásticos.
Perfeito!
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