segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Um Natal para chamar de meu



Eu já disse que não gosto de dezembro, contei meus traumas de aniversariar neste mês e, apesar de ter nascido no início oficial do verão, não tenho apreço pela estação. Estou preparando seu espírito para dizer que o Natal é um problema e ganhando tempo para pensar em como fugir de mais um post rabugento.

Então vamos fazer um inventário desses 40 Natais para ver o que sobra.


Passei a maioria deles na fórmula clássica: vovô, vovó, tios e primos, quando a família ainda se reunia. Esse é o Natal mais maravilhoso que existe. Contava os dias para que ele chegasse. Sabia que eu iria rir, brincar, ser abraçada, beijada, ganhar presente, assistir ao especial do Roberto Carlos na TV e ficar feliz. E ainda existia um Papai Noel que desfilava depois da meia noite em carro aberto pelas ruas da Tijuca. Era uma loucura! Ele vinha de longe tocando um sino e a gente corria para a janela. Esse homem não faz idéia de quanta emoção ele me trazia, mesmo quando eu já sabia que ele não estava chegando do Pólo Norte. 


Quando este Natal não foi mais possível - e para muita gente não é - a noite mais importante do ano virou um problema. Resolvi me desapegar da data, mas não é fácil e saí por aí procurando um Natal para chamar de meu. Passei a Noite Feliz sozinha numa vila de pescadores na Bahia, passei dançando forró em Fernando de Noronha, já passei o Natal a dois em Paris, trabalhando de plantão, com amigos de 4 estados diferentes perdidos no Rio, dentro de um avião dormindo, apenas com meus pais, em petit comité com meu marido e meu filho.


Nenhum deles é bom como o Natal da minha infância na casa dos meus avós. Mas se a noite mais importante do ano não pode ser completa, que ela seja verdadeira. Para quem é cristão, que o Natal aqueça seu coração e renove sua fé na humanidade. E para quem curte a festa em família, meu desejo de que hoje não haja falsos sorrisos, constrangimentos no amigo oculto, nem terapia de grupo depois da bebedeira.



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