domingo, 7 de outubro de 2012

Obrigada, Senhor 1



Pela democracia.

Por mais capenga e mal vestida que ela seja, mesmo que ela nos decepcione, mesmo que ela traia nossos melhores votos, que ela nos escandalize às vezes, ela é o único caminho. Obrigada pelo voto de hoje e pela certeza que tenho de que poderei continuar votando nos próximos anos.


O Senhor sabe... a gente reza para agradecer, mas sempre pede alguma coisa, não é? Pois vou lhe dizer, meu Pai, não gosto muito de ser obrigada a votar. Acho um contrassenso. E talvez se o voto fosse facultativo, nos livrássemos do eleitor sem compromisso, do revoltado, do “de saco cheio”, do “preferia ir logo pra praia”, do Cacareco, do Macaco Tião e do Tiririca. Mas não tenho uma opinião muito formada sobre isso. Voto distrital, quem sabe? As campanhas seriam mais baratas, mais limpas, menos patrocionadas e poderiamos acompanhar mais de perto nossos candidatos. Uma vez ouvi a jornalista Lúcia Hipólito dizer que todo processo eleitoral deveria passar por uma revisão de tempos em tempos. Bravo! Será que então, Senhor, posso sonhar com isso? O Senhor é um democrata que eu sei, livre arbítrio patati-patatá... Não tenho pressa. Para a próxima geração, talvez?


Mesmo sendo uma obrigação, adoro votar. E sempre me emociono. Escolhi meus candidatos, meu filho, devidamente autorizado pelo presidente da sessão, apertou o “confirma”, e saimos felizes para tomar um suco de manga. Gosto bom.


2 comentários:

  1. Por mais que eu tente vestir a democracia de trajes dourados, pesquisando bem a vida e o objetivo dos meus candidatos, ainda fico com uma estranha sensação. Depois que eu aperto a tecla "confirma" eu me pergunto: sou eleitora ou sou culpada? A democracia muitas vezes me parece uma senhora pelancuda que anda rebolativa em traje sumário. Mesmo assim, prefiro o mal trajado à burca da censura.

    Beijinhos, Aline Prado

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  2. Adorei senhora pelancuda em trajes sumários! (risos)
    Beijos

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