Me fiz essa pergunta porque outro dia um amigo me mostrou uma caixa com um time de futebol de botão que ele tem desde os 7 anos. Um pote de Tupperware amarelado identificado com uma etiqueta encardida escrita com letrinhas de recém alfabetizado. Achei fofo.
Não guardo muita coisa. Não gosto de acumular, ver armários e gavetas abarrotados... Tenho pouco (quase nenhum) apego pelo o que chamamos de valor sentimental.
Conheço gente que guarda cachos de cabelo, dentes de leite, lembrancinha de batizado, a vela queimada da primeira comunhão, bilhetinhos de todos os namorados e até fatia do bolo de casamento congelada no freezer.
Se o objeto não tem utilidade ou não é usado vai para a doação ou jogo fora - se for desimportante no geral.
Meus guardados são todos fotográficos. E do meu filho também. A lembrancinha de nascimento, a primeira roupinha... Tá tudo fotografado, mas não guardei nada. Será que um dia ele vai me cobrar isso? Bom, é problema para daqui a 20 anos.
Dei uma "busca e apreensão" no cafofo porque fiquei curiosa para saber se meu desapego sentimental teria poupado algo.
Encontrei.
A "monstra azul" - a primeira mala com que viajei! Na foto eu tinha 3 anos e estou com ela na Flórida. Eu a achava tão grande - por isso dei esse nome. Me lembro de usá-la como colchão para uma soneca enquanto esperava um ônibus. Eu tinha exatamente o comprimemento dela em 1974. Ainda viaja comigo. Vai dobrada dentro da mala principal para trazer o "butim de guerra".
A "monstra" foi reformada duas vezes: passou por um reforço na costura e teve o fecho eclair trocado. Mandar para o conserto uma velha sacola de lona (e não é fácil encontrar quem conserte malas) só pode ser justificado com o tal do valor sentimental. Ufa! Não sou tão insensível assim.
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